Somos uma Instituição Educativa, Filantrópica, fundada em 30 de maio de 1961 e orientada, desde então pelas Irmãs de São José de Cluny que, seguindo a linha do pensamento de sua Fundadora, Ana Maria Javouhey fundamentam a sua ação educativa em princípios e valores humanos e cristãos . “ … é preciso dar às crianças uma educação que, elevando-as no seu próprio conceito, as faça desejar conquistar um dia o lugar que são chamadas a ocupar na sociedade”, assim pensava Ana Maria Javouhey. (Carta 463 AMJ)
Por que “Centro de Orientação Familiar? ”
O nome representa a finalidade pela qual a creche surgiu. Na pequena cidade de Lucélia, interior de São Paulo, de atividade predominantemente agrícola, constatava-se alto índice de mortalidade infantil. Pesquisas revelaram que as causas estavam ligadas ao fato de que os pais trabalhavam na lavoura e as mães levavam consigo os recém-nascidos, os quais ficavam expostos a todo tipo de perigo: picadas de insetos, exposição excessiva ao sol, alimentação inadequada, etc. Eram inúmeros os casos de desnutrição e desidratação registrados no Ambulatório da Santa Casa.
Quanto às crianças maiores, costumava-se deixá-las trancadas sozinhas em casa e muitas com a responsabilidade de cuidar dos irmãos menores. Além disso, havia crianças que ficavam sem amparo quando a mãe precisava ser internada na Santa Casa. Em algumas destas situações a criança ficava na rua, totalmente sem proteção e cuidados.
A avaliação da pesquisa realizada levou o corpo clínico e a equipe técnica da Santa Casa a considerarem, que poderiam intervir nesta situação, proporcionando a estas famílias condições seguras e adequadas para deixarem os seus filhos menores. Foi então que surgiu a idéia de implantar uma creche na cidade.
Havia um barracão desativado próximo à Santa Casa, onde anteriormente funcionava um clube de Judô. Este espaço foi requisitado para esta finalidade. Assim teve inicio a primeira creche em Lucélia.
Apesar de encontrarmos relatos de crianças sendo acolhidas no recinto do citado barracão à 30 de maio de 1961, a creche só passou a existir legalmente a partir de 22 de junho, com a elaboração dos primeiros estatutos, anexando a associação nascente à diretoria da Santa Casa de Misericórdia. Porém, para obter registro nos órgãos oficiais federal, estadual e municipal e receber recursos financeiros a creche precisava de autonomia.
Tal exigência resultou na elaboração de um novo estatuto já no ano seguinte, e a entidade autônoma, reconhecida como pessoa jurídica, recebeu a denominação de “Creche e Centro de Orientação Familiar”, o que identificaria a sua missão, a saber: o engajamento das famílias em importantes programas de promoção humana com a oferta de cursos e oficinas (artesanato, culinária, etc.) e de palestras sobre temas variados, sem descuidar, é claro, das atividades pedagógicas, do carinho e cuidados para com as crianças que o frequentavam.
Este “Centro de Orientação familiar” passou a ser referência na região, uma vez que os resultados positivos não demoraram a aparecer.
A capacidade física da instituição em seus primórdios era para quinze crianças, apenas. Em 1973, o novo prédio foi concluído e o atendimento ampliou-se para oitenta e cinco crianças de zero a seis anos.
Por que o complemento: “Ana Maria Javouhey”?
Indica uma homenagem que a diretoria Administrativa na época gentilmente quis prestar à fundadora da Congregação das Irmãs de São José de Cluny, na pessoa da Irmã Maria dos Santos Anjos, primeira coordenadora da Instituição, a qual, prestou serviço na creche desde a sua fundação até o ano de 1984. E não só para homenageá-la, mas também porque via no trabalho realizado pela irmã, características da sua fundadora. Assim, a Bem-Aventurada Ana Maria foi, e continuará sendo, a grande inspiradora da missão realizada na “Creche e Centro de Orientação Familiar Ana Maria Javouhey”.
Quem é Ana Maria Javouhey:
Ana Maria Javouhey, foi uma jovem francesa (1779-1851) que fundou a Congregação das Irmãs de São José de Cluny, em 1807.Aos 19 anos, solidária à dor seu povo marcado pelos sofrimentos causados pela Revolução Francesa, decide consagrar a sua vida ao serviço das vítimas do terror da Guerra, pois via nisto a Vontade de Deus a seu respeito. Para que todos tivessem vida em plenitude e abundância, começa a sua ação caritativa e evangelizadora sozinha. Num contexto de incredulidade, medo e desolação. Determinada e repleta de zelo missionário reúne crianças para transmiti-lhes a fé e alfabetizá-las, presta socorro aos doentes, conforta os que tudo perderam, incluindo a própria dignidade.
Seu testemunho de caridade e confiança em Deus desperta no coração de outras jovens o desejo de seguir o mesmo caminho, incluindo as suas três irmãs. Foi assim que no dia 12 de maio de 1807 nasceu na Igreja, oficialmente, a Congregação das Irmãs de São José, cuja missão seria “Libertar para a Vida em Abundância”, através do cuidado dos doentes, educação das crianças e promoção da vida onde quer que esteja sendo ameaçada. Mais tarde, com a fixação da Ordem nascente na região de Cluny, o povo passou a referir-se às irmãs como: “Irmãs de São José de Cluny”, o que as identifica até hoje.